“Ao Sul à procura do meu Norte...”

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é assim que me sinto...

assim que acabei de ler o e-mail que a Sophie nos enviou olhei em frente e deparei-me com o meu sobrinho/afilhado de joelhos no sofá, com as mãos a segurarem-lhe a cabeça. Olhava para mim com um sorriso no rosto. Aqueles sorrisos que dizem no silêncio: “gosto tanto de ti...!”. Por segundos ficámos estáticos olhando-nos nos olhos, sorrindo, sem dizer nada. Pensei: “Obrigada Senhor pela mensagem”. Foi assim que interpretei aquele sorriso, aquela candura duma criança de 4 anos que passa o dia a correr, a saltar e a fazer birras. Interpreto a iniciativa da Sophie como também um sinal. E tenho a certeza de que o é. Resta-me decifrar o que me quererá Ele dizer. Passei a semana a correr de um lado para o outro. Tive muito pouco tempo para parar e pensar, prestar atenção aos sinais menos evidentes do Senhor. Agora estou sentada na cama a escrever e a ouvir o vento assustador que faz lá fora. Poderá o vento querer dizer-me algo também? Aproximamo-nos duma altura especial. Uma altura em que todos nós ficamos completamente frágeis. Tudo nos recorda algo, tudo nos faz pensar, tudo nos deixa melancólicos. Nesta altura todos se lembram de todos. Todos oferecem presentes a todos. A questão é: oferecerão estas pessoas (até mesmo nós) os presentes certos? Não! E cabe-nos a nós, extraterrestres para as pessoas ditas normais, marcar pela diferença. Na minha família, apenas uma minoria é praticante. E isto é um problema para mim. Não entendem, não conseguem perceber a importância de Deus na minha vida. Não percebem que se ainda aqui estou foi porque Ele me salvou. Perguntam-me: “Mas tu gostas disso?”. Apetece-me responder-lhes: “Mas isso o quê? A minha religião é algum tipo de comida que se gosta ou não?”. Mas quando olho para eles percebo que Deus me deu a missão de “cuidar” deles. Cabe-me a mim ser presença viva de Deus no meio deles. Acreditem que se aí estivesse não me ouviriam dizer todas estas coisas. Seria uma partilha bem mais contida. Provavelmente, tocando em alguns assuntos que aqui toco, estaria em prantos, incapacitada de continuar a falar. Abrir-me ao desafio da Sophie fez com que tirasse alguns momentos diários para pensar nos possíveis sinais. Sobretudo levou-me a fazer uma retrospectiva da minha vida, dos sinais que ao longo dos anos o Senhor me foi dando. E, apercebo-me que não foram assim tão poucos. A tão famosa pergunta “Senhor, que queres que eu faça?”, é uma constante nas minha orações. Antes de me tornar praticante na minha fé, vivia para a música que, ainda hoje, é talvez a única coisa que sei fazer. Se me faltasse a música, se não pudesse cantar, se não pudesse tocar, faltava-me o ar. Agora, sinto que a única necessidade que tenho em relação à música, pelo menos no que diz respeito ao canto, é cantar para o Senhor. Não me faz falta cantar para grandes públicos, não me faz falta que me reconheçam. Não deixei de amar a música, pelo contrário, amo-a cada vez mais, porém hoje quando penso em música, penso primeiramente em música Cristã. Dos 6 aos 17anos frequentei conservatório de piano, saxofone e dava uns toques na guitarra e guitarra portuguesa e, tive aulas particulares de canto paralelamente. Não foram assim tão poucos anos de prática musical. Hoje, olho para uma pauta e não a sei ler, olho para um teclado e tudo o que sei tocar é de improviso, inventado na hora, olho para uma guitarra e... não sei nada! No que diz respeito ao canto, era obcecada em cuidar da voz, não fazia nada que pudesse estraga-la. Hoje isso ainda me importa. Mas não tanto como antes. Muitas vezes penso nisto. Pergunto o que terá acontecido. Se estou triste por já não saber música? NÃO! Interpretei isto desde sempre como um sinal. Um grande sinal. Será que o Senhor só quer que eu cante para Ele? Não sei, mas foi a principal conclusão que tirei. E, não me incomoda minimamente. O Senhor esteve sempre de mão dada comigo, mesmo quando eu não lhe retribuía o amor que me tem. Vejo isto em vário momentos da minha vida. Vocês mesmos são sinais de Deus para mim. Vocês ajudaram-me tanto que não podem imaginar. TODOS!!! Devo-vos tanto mas tanto... Agora reparo nos sinais que o Senhor me enviou ao longo da minha vida. De como Ele me disse que um dia me tornaria Franciscana. É verdade! Ele disse-me e eu lembro-me perfeitamente.

Um dia contar-vos-ei!

“O Senhor é NOSSO Pastor nada nos faltará”

AM

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